Gengibre - zingiber officinale
Zingiber officinale
Gengibre
Características botânicas: planta aromática, herbácea, rizomática, com caule ereto, folhas lanceoladas (forma de lança) e flores branco-amareladas. Sua propagação pode ser realizada por divisão e plantio dos seus rizomas e o seu cultivo deve ser realizado em solo com bastante matéria orgânica e com a realização de regas diárias. A coleta dos rizomas deve ser feita assim que as partes áreas começarem a secar¹.
Uso popular: O gengibre é usado em problemas digestivos, dispepsias, como carminativo nas cólicas flatulentas, em casos de úlceras, diarreias e náuseas (cinetose, quimioterapia, enjoos de gravidez, pós-operatório). Como antimicrobiano local é utilizado nos casos de rouquidão, inflamação da garganta, gripes, resfriados e sinusite. Amplamente usado na cozinha, em suas diferentes formas: fresco, caramelizado, em conserva, em xarope, curtido em vinagre, em pó e seco¹.
Informações científicas: Em estudos clínicos realizados em humanos, verificou-se que o gengibre pode ser útil no enjoo da gravidez², e pós operatório³. Há limitada evidência de melhora no quadro de diabetes tipo II4,5, bem como sobre seu efeito na obesidade.
Observações do uso clinico em Florianópolis: O uso interno da infusão preparada com os rizomas do gengibre apresenta boa resposta em sintomas de gripes, resfriados, casos de cinetose, enjoos e vômito devido à quimioterapia. O uso externo da decocção é usado em compressas locais no pescoço em casos de afonia, rouquidão e dores musculares e articulares.
MODO DE USAR
Uso interno: Chá preparado por decocção de até 50 g dos rizomas em 2 litros de água. Após esfriar, ingerir uma xícara até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.
Uso externo: Compressa da decocção preparada com os rizomas, em casos de dores musculares e contusões.
Tintura: Utilizar 20 gramas dos rizomas para 100 ml de álcool etílico 70% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 2,5 mL da tintura, diluídos em 50 mL de água, uma a três vezes ao dia. A indicação dessa tintura é como antiemético e nos casos de cinetose 5.
CUIDADOS NO USO DESTA ESPÉCIE
Durante a gravidez e lactação utilizar no máximo 1 (um) grama por dia.
Não usar gengibre fresco em casos de aftas.
Não utilizar gengibre em caso de cálculos biliares, gastrite e hipertensão arterial.
Em relação à tintura, não usar em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação.
Não usar em caso de tratamento com anticoagulantes, pois pode exacerbar seu efeito6.
O gengibre pode atuar de forma sinérgica com fármacos antihipertensivos. Devido as suas propriedades de estimulação das secreções gástricas e salivares, a espécie pode interagir com medicamentos antiácidos e antiulcerosos. Para o gengibre são ainda citadas interações com antiagregantes plaquetários e anticoagulantes (podendo causar hemorragias) e com medicamentos utilizados no tratamento da diabetes, devido a seu efeito hipoglicemiante7.
Referências
1. FLORIANÓPOLIS (SC). Secretaria Municipal de Saúde. Guia de Plantas Medicinais de Florianópolis. 2019.
2. MATTHEWS A., Interventions for nausea and vomiting in early pregnancy. CochraneDatabas e of Systematic Reviews 2015, Issue 9.
3. CHANAIYAKUNAPRUK N., The efficacy of ginger for the prevention of post-operative nausea and vomiting: a meta-analysis. American Journal of Obstetrics and Gynecology 2006;
194(1): 95-99.
4. MAHLUJI, S., et al., Effects of ginger (Zingiber officinale) on plasma glucose level, HbA1c and insulin sensitivity in type 2 diabetic patients. International Journal Of Food Sciences And Nutrition, [s.l.], v. 64, n. 6, p.682-686, 18 mar. 2013. Informa UK Limited.
5. SHIDFAR, F. et al., The effect of ginger (Zingiber officinale) on glycemic markers in patients with type 2 diabetes. Journal of Complementary and Integrative Medicine, [s.l.], v. 12, n. 2, p.165-170, 1 jan. 2015. Walter de Gruyter GmbH.
6. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira Primeiro suplemento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2018. Página 95.
7. NICOLETTI, M.; et al., Fitoterápicos–Principais Interações Medicamentosas. São Paulo: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS- Brasil, 1ª edição (2012).
Comentários
Postar um comentário