Formas de uso das plantas medicinais
As
plantas medicinais podem ser usadas em preparações diversas, denominadas formas
farmacêuticas, as quais exigem cuidados específicos. As principais formas de
uso das plantas medicinais serão citados a seguir:
Água aromatizada: Obtém-se mantendo as ervas em água
límpida por um determinado período de tempo durante o qual os princípios ativos
se dissolvem na água. Costuma-se deixar ao sol por algumas horas. Este método é
bastante usado quando a planta apresenta alguma substância que pode ser
destruída pelo calor. Até cerca de 40 graus a maioria dos produtos orgânicos se
mantém intactos; a partir desta temperatura alguns podem sofrer decomposição. Temos
como exemplo a água aromatizada de boldos, que tem substâncias amargas, sendo
este um bom método, com a vantagem da quantidade liberada não apresentar gosto
muito acentuado (Plectranthus barbatus Spreng.
ou Vernonia condensata Baker); a água
de alecrim (Rosmarinus officinalis L.), a qual tem óleos essenciais; destacando
que águas aromatizadas de flores são mais sensíveis ao calor.
Alcoolatura: Preparação extrativa líquida obtida
pelo esgotamento de drogas vegetais frescas, em contato com uma solução de água
e álcool, em diferentes concentrações. Prepara-se deixando macerar a planta em
álcool de cereais, em uma graduação alcóolica adequada e durante um determinado
tempo (conforme a espessura da parte usada da planta (folha, flor, raiz ou
semente).
Recomenda-se
utilizar apenas uma planta neste processo, garantindo assim a obtenção de um
grupo de substâncias esperado.
Proporções:
1:5 em álcool 70% ou 1:10 em álcool 90%
Banhos: Consiste em banhos de imersão com
água acrescida de infusão ou decocção de determinadas plantas. Usados como
tônicos, emolientes, sedantes, entre outros efeitos. Exemplo: Banho de flores
de calêndula (Calendula officinalis
L.) ou camomila (Matricaria recutita
L.) para alergias.
Banho de assento: Banho em que se submergem os órgãos
sexuais e glúteos. Como exemplo temos doenças femininas que tem um ótimo
resultado com malva (Malva sylvestris
L.), tansagem (Plantago major L.) e
camomila (Matricaria recutita L.).
Cataplasma: Trata-se de uma massa feita com
farinha ou argila, acrescida de preparados com plantas frescas, óleos
essenciais ou extratos. Útil em áreas com inflamações, queimaduras, podendo ter
ação analgésica ou cicatrizante.
Emplastro: Preparado de plantas frescas, que
são maceradas ou aquecidas. As folhas podem ser maceradas e aplicadas no local
ou aquecidas em banho-maria e em seguida aplicadas com auxílio de uma compressa
de gaze no local afetado. Exemplo: folha de bardana (Arctium lappa L.) aquecida em óleo de oliva e aplicada sobre a pele
para diminuir a febre, tratar cistos, nódulos e inflamações.
Escalda-pés: Em água morna ou quente colocam-se
as plantas frescas, ou óleo essencial, ou extratos, com ou sem sal grosso e
deixam-se os pés em imersão. São excelentes para melhorar a circulação e
aquecer o corpo no inverno. Exemplo: eucalipto (Eucalyptus globulus Labill.), alecrim (Rosmarinus officinalis L.), hortelã (Menta piperita L.), camomila (Matricaria
recutita L.), capim-limão (Cymbopogon
citratus DC Stapf), lavanda (Lavandula
angustifolia L.).
Florais: Extratos líquidos naturais, feitos a
partir de flores e altamente diluídos, que se destinam ao equilíbrio emocional,
operando em níveis vibratórios sutis e harmonizando a pessoa no meio em que
vive.
Gargarejo: Preparação líquida que pode ser
feita com infusão ou decocção de plantas, na qual se faz gargarejos (como líquido
na boca, mantendo-a aberta com o rosto virado para cima, e expulsando
suavemente o ar para que o líquido molhe a garganta). Exemplo romã (Punica granatum L.), limão (Citrus limon Osbeck.), este último
acrescido de sal.
Realizar
gargarejos com 25 ml de tintura em água (100ml) ou com o chá, quantas vezes for
necessário, até melhorarem os sintomas.
Inalação: Consiste em respirar vapores.
Pode-se acrescentar na água plantas frescas, secas ou óleos essenciais.
Infusão: É a forma mais conhecida de
utilização das plantas medicinais. Usada para folhas, flores e partes mais
moles. Preparação líquida com água quente, onde se deixa repousar em média de 3
a 5 minutos, conforme a espessura da parte da planta. Ritual do chá: Colocar
sua intenção, carinho e energia.
Decocção: Usada para raízes, sementes e partes
mais duras. Coloca-se a quantidade estipulada para cada planta em água fria e
leva-se a ebulição por 5 a 10 minutos, mantendo o fogo brando; coa-se e está
pronta para ser usada.
Tintura: Preparação extrativa líquida obtida
pelo esgotamento de drogas vegetais secas, em contato com uma solução de água e
álcool, em diferentes concentrações. Prepara-se deixando macerar a planta em
álcool de cereais, em uma graduação alcóolica adequada e durante um determinado
tempo (conforme a espessura da parte usada da planta (folha, flor, raiz ou
semente).
Recomenda-se
utilizar apenas uma planta neste processo, garantindo assim a obtenção de um
grupo de substâncias esperado.
Proporções:
1:10 em álcool 70%, 1:20 em álcool 90%
Cápsula: Invólucro sólido, duro ou mole, de
capacidades variáveis, onde se coloca o pó da planta ou o extrato seco que pode
ser padronizado ou não. Desta forma só entra em ação quando chega ao estômago
ou intestino.
Xarope: É a forma farmacêutica aquosa caracterizada
pela alta viscosidade, que apresenta não menos que 45% (p/p) de sacarose ou outros
açúcares na sua composição.
É
feita primeiramente uma calda com o açúcar, até o ponto desejando,
acrescentando as partes da planta e fervendo por alguns minutos. Os xaropes
geralmente são utilizados para mascarar o gosto ruim ou sabor amargo de substâncias.
Muitas
vezes se acrescentam edulcorantes na formulação. Sua utilização sem
conservantes deve ser, preferencialmente, de uso por tempo curto, podendo ser
conservado até uma se- mana em geladeira, observando-se sinais de fermentação.
Extrato fluido: Preparação extrativa líquida,
concentrada, feita com solventes hidroalcoólicos, que equivale no seu conteúdo
em princípios ativos a droga vegetal de origem.
Proporção
1:1 em álcool 40%
Extrato glicólico: Preparação extrativa líquida,
concentrada, feita com solventes hidroglicólicos, servindo de base para formulações
de pele.
Proporção
1:1 em glicerina ou propilenoglicol 10%
Extrato seco: Apresenta-se sob a forma final de
pó. É obtido pela evaporação do solvente dos extratos fluidos, tinturas, ou por
processos de nebulização e liofilização. A relação entre a concentração de
ativos no extrato seco, comparado ao do pó da planta é, normalmente, 4:1.
Extrato seco padronizado: É o extrato que contém princípios
ativos dosados e padronizados. Garante que cada cápsula contenha sempre a mesma
quantidade dos componentes de principal ação terapêutica de uma determinada
espécie de planta.
Vinagre de ervas: Macerado de ervas em vinagre.
Exemplo: vinagre de maçã (Malus domestica
DC) com açafrão da terra (Curcuma longa
L.)
Vinho medicinal: Bebida que se obtém depois de deixar
a planta em maceração com vinho durante um tempo estabelecido. Exemplo: Vinho
de Alecrim (Rosmarinus officinalis
L.).
Gel: Base aquosa com absorção imediata e ideal para pele
oleosa. Exemplo: gel de babosa (Aloe vera
(L.) Burm) para queimaduras, gel de própolis (Apis melifera L.) para espinhas.
Proporção:
com o extrato glicólico a 10%.
Aplicar
na área afetada 3 vezes por dia, limpando o local previamente.
Creme: Base hidratante com absorção média.
Exemplo: creme de erva baleeira (Cordia
verbenacea DC) para dor muscular e creme de calêndula (Calendula officinalis L.) para dermatites e eczemas.
Proporção:
com o extrato glicólico 10%.
Aplicar
3 vezes por dia, limpando o local previamente.
Pomada: Base gordurosa com absorção
reduzida. Exemplo: pomada de confrei (Symphytum
officinale L.) ou barbatimão (Stryphnodendron
adstringens Mart) para cicatrizar feridas externas.
Proporção:
com tintura a 10% (tintura 1:5) (se for em eczemas) ou extrato glicólico a 10%
(se for em feridas)
Aplicar
3 vezes por dia, limpando o local previamente.
Óleo essencial: Mistura volátil complexa e concentrada,
originária de plantas aromáticas. Muito utilizadas em aromaterapia. Exemplo:
óleos de lavanda (Lavandula angustifolia
L.), de gerânio (Pelargonium graveolens
L.), de cipreste (Cupressus sempervirens
L.)
Essência: Perfume produzido sinteticamente e
que não apresenta princípios ativos nem propriedades terapêuticas. Exemplo:
essências para aromatizar ambientes.
Óleo vegetal aromatizado ou medicado: Preparação extra- tora de
constituição gordurosa, à base de óleos vegetais aromatizados (feitos com óleos
essenciais) ou medicados (feitos com plantas medicinais). Exemplo: óleo de
girassol (Helianthus annuus L.)
medicado com erva baleeira (Cordia
verbenacea DC) para dores e processos inflamatórios.
Referência
FLORIANÓPOLIS (SC). Secretaria Municipal de Saúde. (2019). Guia de Plantas Medicinais de Florianópolis.
Referência
FLORIANÓPOLIS (SC). Secretaria Municipal de Saúde. (2019). Guia de Plantas Medicinais de Florianópolis.
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