Melissa - Melissa officinalis


Melissa officinalis L.
Erva-cidreira, melissa.
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS: Melissa officinalis é uma planta aromática, herbácea, perene e nativa da Europa. Devido ao seu largo uso como planta aromática e medicinal é amplamente cultivada em hortas domésticas no sul do Brasil. A espécie pode ser propagada por estacas produzidas a partir dos seus ramos ou por divisão de suas touceiras e o seu cultivo pode ser realizado em locais com incidência direta de sol ou à meia sombra. Deve-se observar que existem diversas outras plantas utilizadas pela comunidade com o nome popular de cidreiraou melissa”, o que pode causar confusão em relação a sua identificação botânica.


Uso popular: A infusão das folhas e ramos da planta são usadas como calmante, sedativo e para aliviar sintomas de dores de cabeça, dores de dente, pressão alta, reumatismo, estados gripais, palpitações, distúrbios gastrointestinais e menstruais. Também é utilizada para uso tópico para diminuir rachaduras das mamas e em picadas de insetos. A melissa é usada ainda na culinária como tempero ou como aromatizante de doces e licores. A planta é usada também em perfumaria e na produção de fitoterápicos utilizados pela população.

Informações científicas: Estudos clínicos preliminares em humanos demonstram efeitos promissores em casos de herpes simples1,2,3.Estudo clínico randomizado, duplo cego e placebo controlado, com 116 participantes, mostrou a eficácia do creme tópico preparado com o extrato das folhas (droga/extrato 70:1) e creme base em pacientes com infecções de herpes simples na pele ou em mucosas¹. Estudo clínico randomizado controlado em pacientes com doença de Alzheimer leve a moderada, demonstrou melhora na agitação4.

Observação do uso clínico em Florianópolis: O uso da infusão preparada com as folhas da M. officinalis tem boa resposta como calmante e ansiolítico. Utiliza-se o infuso desta planta também para aliviar sintomas de gripes e resfriados e para uso externo em sintomas de herpes simples, fazendo-se a compressa local nas feridas com a maceração a frio e, concomitantemente,
tomando-se o chá das folhas.

MODO DE USAR
Uso interno: Infusão preparada com 1 colher de sobremesa das folhas secas ou até 6 folhas frescas rasuradas para 1 xícara (200 ml) de água fervente, após abafar e esfriar por 15 minutos, ingerir até 3 vezes ao dia por no máximo duas semanas.
Uso externo: Utilizar a infusão para uso tópico local diretamente em lesões decorrentes de herpes labial.
Tintura: Utilizar 20 gramas das folhas rasuradas para 100 ml de álcool etílico 45% a 53% e armazenar em vidro escuro protegido da umidade e da luz. Tomar 2 a 6 ml da tintura, diluídos em 50 ml de água, três vezes ao dia. A indicação dessa tintura é como auxiliar no tratamento sintomático da ansiedade leve e insônia leve, bem como para o alívio de sintomas gastrintestinais leves, incluindo distensão abdominal e flatulência 5.

CUIDADOS NO USO DESTA ESPÉCIE
Esta espécie apresenta interações com algumas classes de medicamentos. (Ver na seção “Interação Medicamentosa”).
Evitar o uso em gestante, lactantes e crianças menores de 4 anos.
Evitar o uso empessoas com hipotireoidismo.
Evitar o uso durante atividades que exijam concentração, como dirigir ou manusear máquinas.
Utilizar cuidadosamente empessoas com hipotensão arterial5.
Em relação à tintura, não usar em gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos, em função do teor alcoólico na formulação. 
Uso não recomendado empessoas com úlcera gastroduodenal, síndrome do intestino irritável, doença de Crohn, hepatopatia, epilepsia e doença de Parkinson. É contraindicado empessoas com glaucoma e hiperplasia benigna de próstata. Pode aumentar o efeito hipnótico do pentobarbital e hexobarbital5.

Interações medicamentosas: Pode causar efeito sedativo aditivo quando associada a ansiolíticos e sedativos. Pode interagir com barbitúricos, inibidores
seletivos da recaptação de serotonina e medicamentos usados para o tratamento da tireoide. Deve-se também observar o uso concomitante aos antirretrovirais6.



Referências
1. VOGT, M., et al., Melissa extract in herpes simplex: A double- blind placebo-controlled study. Der Allgemeinarzt 1991; 13:832-841.


2. WOLBLINGW, R. H. and Milbradt, R., Clinical manifestations and treatment of Herpes simplex infections. Therapiewoche 1984;34:1193-1200.

3. WOLBLINGW, R. H. and Leonhardt, K., Local therapy of her- pes simplex with dried extract from Melissa officinalis. Phytomedicine 1994;1:25-31.
4.  AKHONDAZADEH, S., M. Melissa officinalis extract in the treatment of patients with mild to moderate Alzheimers dis- ease: A double blind, randomiZed, placebo controlled trial. J. Neurol. Neurosurg. Psychiatry 2003;74(7):863-866.
5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. For- mulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira Primeiro suplemento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2018. Página 60.
6. NICOLETTI, M.; et al., Fitoterápicos–Principais Interações Medicamentosas. São Paulo: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS- Brasil, 1ª edição (2012).
7. FLORIANÓPOLIS (SC). Secretaria Municipal de Saúde(2019). Guia de Plantas Medicinais de Florianópolis.

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